OZÔNIOTERAPIA

O ozônio medicinal é sempre uma mistura de ozônio e de oxigênio puro, produzido por um gerador de ozônio {este, promove uma descarga elétrica entre 13.000 e 15.000 volts nas moléculas de oxigênio(O2), o que possibilita a agregação dos átomos e a formação do gás ozônio(O3)}. O gerador de ozônio (OZONELIFER e PHILOZONR), na verdade, produz 95% de oxigênio medicinal(O2 MED) e apenas 5% de ozônio(03).

O ozônio é uma substância que apresenta capacidade de oxidação1, quando através de uma reação química consegue passar um elétron próprio para outra substância (Oliveira, 2008). Mas você pode perguntar: mas como você vai oxidar um paciente? Isso seria nocivo à saúde dele; afinal, oxidar é combinar-se com O2, é enferrujar. Isto é verdade! Mas, o ‘divisor de águas’ no ozônio, é a concentração. Na ozônioterapia  faz-se um pequeno estresse oxidativo, para desencadear uma reação anti-oxidativa; sendo que na terapia por ozônio, quanto menos mais, ou seja, quanto menor a dose mais segurança se tem.

O ozônio pode ser classificado, do ponto de vista farmacológico, como um pró-fármaco, porque, essencialmente, a cadeia de reações que desencadeiam seus efeitos farmacológicos não é mediada pela sua ação per si, mas pelos subprodutos da sua reação com as moléculas biológicas, e, especialmente, com os lipídios.

O ozônio (ou ozono), como qualquer outro gás, dissolve-se na água, quer do plasma, ou dos fluidos extracelulares, ou da camada fina de água cobrindo o epitélio, particularmente, da mucosa do conduto auditivo, do intestino, da vagina, uretra, etc.

O ozônio em relação ao oxigênio é 10 vezes mais solúvel, tendo uma maior capacidade para se difundir e penetrar nos tecidos, assim como, para se dissolver no plasma sanguíneo e fluidos extra-celulares; porém o ozônio não permanece estável nesses meios, já que é um potente oxidante, acaba por reagir, imediatamente, com as moléculas presentes nesses meios, como: anti-oxidantes, proteínas, e, preferencialmente, ácidos graxos polinsaturados – PUFAs (BOCCI, 2005).

A reação do ozônio com essas moléculas implica duas reações fundamentais:

1º) A “THE OZONE INICIAL REACTION”, reação inicial de ozônio, onde uma boa dose de ozônio é, inevitavelmente, consumido durante a oxidação de ácido ascórbico, ácidos: úrico, sulfúrico (SH), certos grupos de proteínas e glicoproteínas. Essa primeira reação é importante, porque ela gera espécies reativas de oxigênio (ROS), o que desencadeia vários produtos bioquímicos no sangue in-vitro. As ROS são neutralizadas dentro de 0,5-1 minutos pelo sistema antioxidante.

2º) A segunda reação bem caracterizada é conhecida como peroxidação lipídica. No plasma hidrofílico, uma molécula de uma olefina (particularmente, ácido araquidônico, presente em triglicerídeos plasmáticos e quilomícrons2) e uma molécula de ozônio originam duas moléculas de aldeídos3 e uma molécula de peróxido de hidrogênio (H2O2).

Estas duas reações, concluídas em segundos, gera peróxido de hidrogênio, um oxidante, e uma variedade de aldeídos conhecidos como produtos de oxidação lipídica (LOPs).

De agora em diante, não o ozônio, mas somente ROS (especialmente, peróxido de hidrogênio) e os LOPs são responsáveis pelas reações bioquímicas sucessivas e múltiplas,

acontecendo em células diferentes todo o corpo.

Como vimos, o ozônio tem sua meia vida curta; assim, ele acaba por formar ozonídeos que são definidos como espécies reativas de oxigênio(ROS), ou mesmo dos subprodutos da oxidação lipídica(LOPs) com seus respectivos efeitos(Figura 1).

Figura 1-Sequência de eventos quando o ozônio entra contato com o plasma ou fluidos extra-celulares, com os respectivos efeitos benéficos ao organismo.

O ozônio modula a resposta imunológica e inflamatória.

FORMAS DE APLICAÇÃO

Local ou parenteral podendo ser usadas isoladas ou em combinação.

Vias de aplicação de ozônio:

 

- insuflação retal, uretral, vaginal, de fístulas,
- nebulização(saco ou bag),
- auricular,
- autoimunoterapia menor,
- autoimunoterapia maior,
- a imersão em água ozonizada,
- as aplicações peri e intra-articulares e
- as infiltrações em tecidos moles para a área da estética.

PROTOCOLOS(Declaração de Madri)

• Estética – 5 a 10 mcg – 100ml
• Auto-hemo-menor – 40mcg – 05 ml + 3-5 ml de sangue I.M. 1 x por semana.
• Retal – De 1 a 5 vezes por semana, à depender do caso.

1ª semana - 20 mcg - 120 ml
2ª semana – 25 mcg – 140 ml
3ª semana – 30 mcg – 200ml
4ª semana – 35 mcg - 200 ml
3 ciclos de 20 sessões com intervalo de 30 dias
• Microvaso 5-10 mcg – 10 ml 1 x por semana
• Água ozonizada 5-20 mcg Tempo 5-10 min.
• Nebulização(bolsa-Bag) 60-40-30-20 mg
Começar com a concentração alta, depois vai baixando. Sendo importante avaliar o estágio e a evolução da lesão, logo que aparece tecido de granulação, deve-se reduzir a concentração e espaçar as sessões para favorecer a cicatrização. Tempo: b20-30 min.
• Peri-articular 5-20 mcg- 50 ml.
• Paravertebral: 2 x na semana nas duas primeiras semanas e 1 x por semana por 6 semanas, posteriormente de 15/15 dias até completar 20 sessões.
Volume – 5 a 20 ml – concentração de 10 a 20 mcg

CONTRA INDICAÇÃO

- Inalar ozônio é absolutamente proibido e altamente perigoso.
Esta é praticamente a única via de aplicação do ozônio que não pode ser utilizada de maneira nenhuma.

- A aplicação direta por via endovenosa da mistura gasosa oxigênio-ozônio também não é recomendada.
- Anemia
- Deficiência de G6PD*
- Gravidez
- Hipertiroidismo descompensado

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